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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Encontro Ibirapuera - 457 Anos São Paulo

Desculpa por não te dar valor
Por ter deixado esperando,
vazio espaço na fila do banco,
o assento do ônibus
e também o banco da praça.

Talvez você lamente a minha ausência
E engasgue na poluição espessa
Gritando atenção da movimentada massa
que se amassa na via expressa.



Desculpa por não ter te avisado
Não imaginei que você sentisse falta
Sou indecisamente ridícula

Seus braços que me abraçam
Em tantas e tantas manhãs maternais
Agora asfaltam-se em ruas,
Avenidas e claro as feias marginais

Desculpa por te deixar tão triste
Chorando no último trem
Vivendo como quem finge
viajando no carro
e te deixar esperando o que não vem.

Feliz 457 Anos São Paulo

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Lésbicas conseguem registrar filhos


Após quase dois anos, ou mais exatamente um ano e oito meses de batalha judicial, Adriana Tito Maciel e Munira Kalil El Ourra conseguiram o direito de registrar seus filhos gêmeos, Ana Luíza e Eduardo, com os sobrenomes de ambas. A sentença foi dada esta semana pelo juiz Fábio Eduardo Bastos, da 6ª Vara da Família e Sucessões de Santo Amaro, em São Paulo, e deve ser publicada nos próximos dias. Apesar de a decisão ainda aguardar uma posição do Supremo Tribunal Federal, as advogadas do casal disseram que a chance de o Supremo recorrer é mínima.
A luta na Justiça começou quando Adriana estava grávida de sete meses, quando procuraram advogados para que uma das mães fosse adotiva. Contudo, o caso delas tem uma particularidade: Munira doou o óvulo, que foi fertilizado e implantado no útero de Adriana. Assim, não fazia sentido a adoção por nenhuma delas, pois a gestação foi feita por Adriana, mas o DNA é de Munira. “Como pode uma mãe adotar os próprios filhos?”, questiona Adriana.
Em entrevista ao Terra Magazine, Adriana falou sobre a decisão: “Para nós aqui em casa não muda nada, porque nós sabemos que nós duas somos mães, mas muda para a sociedade, para um monte de coisas que a gente tem que fazer”. Entre as dificuldades que enfrentaram, não podiam ter um único convênio médico familiar e Munira tinha de portar um documento específico para viajar sozinha com seus filhos.
E quanto ao nome? “Ainda está sendo decidido”, diz Adriana. “Vai ser grande, acho que Kalil El Ourra Tito”. Agora, só faltam 15 dias para que possam ir ao cartório entrar com pedido de nova certidão.
A sentença
Segundo uma das advogadas, Viviane Girardi, ao reconhecer a dupla maternidade, o juiz Fábio Eduardo Basso classificou como “incontestável” o vínculo afetivo que Adriana e Munira possuem com as crianças. Citou ainda uma passagem da promotoria, destacando sua convivência como casal: “Vivem juntas e resolveram ter filhos. Valeram-se de métodos avançados da medicina, que possibilitou que as crianças que nasceram da relação não tenham pai oficialmente. São frutos da junção dos óvulos de Munira com os espermatozóides de um indivíduo, cuja identidade não será conhecida. Não se trata do verdadeiro pai, mas sim de um doador”. E acrescentou ainda que “possuem as afortunadas crianças, duas mães, e mais, a possibilidade de desfrutar da vida juntamente com ambas, as quais, ao que consta, pretendem criar a prole com todo amor e dedicação.”
Mais
Esta não foi a primeira vez que um casal lésbico obtém o direito de registrar o filho com os sobrenomes das duas mães, mas no outro caso ocorrido, no Sul do país, a parceira gestante utilizou o próprio material genético.
E mais um pouco
O caso de Munira e Adriana foi bastante divulgado na mídia. Seguem links para a reportagem do Profissão Repórter sobre a diversidade sexual na família brasileira, onde elas são um dos casos mostrados.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Brasil dá passos iniciais no turismo GLS

Na passagem 2010/2011, transformações efetivas na área dos direitos civis trouxeram alegria e amparo legal aos homossexuais.
No Brasil, casais do mesmo sexo podem agora declarar juntos o Imposto de Renda; na Argentina, a união gay foi oficializada; e, nos EUA, integrantes das Forças Armadas estão, agora, livres do fantasma da discriminação, independentemente de manifestar preferências sexuais.
Paulo Sampaio-15.fev.2009/Folhapress
Gays se divertem em torno de piscina em cruzeiro feito só para eles, em Florianópolis (SC)
Gays se divertem em torno de piscina em cruzeiro feito só para eles, em Florianópolis (SC)
No setor de viagens, já há algum tempo, o mercado GLS não para de crescer --e tanto agências como órgãos de fomento turístico oferecem informações em páginas on-line e guias especialmente voltados para esse público.
Em outubro, na Feira das Américas --Abav 2010, realizada no Rio, um passo importante foi dado no turismo GLS no Brasil. A Abrat GLS (Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes) e a Embratur assinaram um acordo para divulgar o Brasil GLS lá fora.
A primeira ação será em março, na ITB, em Berlim, uma das principais megafeiras mundiais de turismo. De acordo com Almir Nascimento, presidente da Abrat GLS, haverá um estande no setor GLS do evento. "O turismo internacional trabalha essa segmentação de públicos e estamos seguindo esse movimento", diz Nascimento.
Sobre as conquistas do ano passado, ele é cético: diz que "foram boas, mas pontuais". "Ainda estamos engatinhando no Brasil."
De fato, empreendimentos hoteleiros "hetero friendly" -voltados à comunidade gay e que recebem héteros- ultrassofisticados, uma realidade em Buenos Aires, Nova York e Barcelona, onde há hotéis da rede Axel, não existem no país; e nem se sonha por aqui com resorts como o The Royal Palms, de Fort Lauderdale, Flórida (EUA).
Mesmo no Rio, não há hotéis exclusivamente gays. Em São Paulo, onde ocorre a maior Parada Gay do mundo, demorou a surgir um posto oficial de informações voltado para os homossexuais.